Era a terceira semana desde que abandonara o projeto do Museu de Arte Contemporânea após a reunião que selaria seu destino profissional. "Ausência de contrastes", murmurou, folheando compulsivamente as margens anotadas do Ser e Tempo que devorava durante suas insônias. Cada página trazia rabiscos febris de sua própria letra: "A técnica moderna revela o ente como fundo disponível", "O ser-no-mundo não é espacial, é espacializante", "A angústia desvela o nada"