Na baía onde o tempo se dissolvia em salitre e melancolia, Isadora habitava uma casa que desafiava as leis da física e da razão. Construída sobre destroços de embarcações naufragadas e ancorada por correntes de ferro negro, a estrutura flutuante ondulava conforme as marés da memória. Suas paredes eram uma biblioteca viva: páginas de dicionários Webster de 1847, Larousse definhados pela umidade, Aurélio com definições que mudavam conforme o humor do vento...